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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

FORA O IMPERIALISMO DO IRAQUE, AFEGANISTÃO, SÍRIA E IRÃ!

Pela vitória dos povos do Oriente Médio e Ásia Central e pela derrota do imperialismo!
DECLARAÇÃO DO COMITÊ DE LIGAÇÃO PELA IV INTERNACIONAL

1. A SAÍDA DA CRISE DE ACUMULAÇÃO ATRAVÉS DO INVESTIMENTO EM MEIOS DE DESTRUIÇÃO EM MASSA. Aperta-se o cerco das grandes potências imperialistas pela re-conquista da Síria e do Irã. A causa propulsora desta nova aventura militar é a necessidade da economia política imperialista de uma saída por meios destrutivos para a crise das dívidas públicas das metrópoles da União Européia e dos EUA. O objetivo é "alavancar" a economia mundial que se encontra em retração. Uma nova guerra, cuja amplitude é até o momento imprevisível, se anuncia no horizonte. O conflito nuclear iminente é a prova cabal do profundo parasitismo do sistema capitalista senil, que necessita cada vez mais de guerras como forma de sobrevivência.
2. O IMPERIALISMO IMPÕE O MONOPÓLIO DA VIOLÊNCIA SOBRE O PLANETA. Assim como o Estado burguês impõe pela força o monopólio da violência sobre a sociedade, o imperialismo impõe o monopólio das armas de destruição em massa no globo. Esta é a segunda causa dos movimentos de guerra pela capitulação do Irã. Por isto, os EUA, o único país que usou armas atômicas contra adversários, reclama o direito de ser o único detentor, diretamente ou por meios de seus títeres (OTAN, Israel, etc.), de armas de destruição em massa. Irã e Síria são semi-colônias que possuem governos que patrocinam a insurgência guerrilheira antiimperialista na região e que por isto aumentaram sua influencia política nos últimos 10 anos após as ocupações do Afeganistão, Iraque e Líbia.

3. Além disto, a possibilidade do Irã desenvolver armas atômicas desestabiliza a correlação de forças no Oriente Médio e pode frustrar os planos de re-colonização. Por isto é preciso evitar que o Irã enriqueça urânio a 90%. O imperialismo ainda não conseguiu desarmar o Estado Operário Norte coreano que possui material físsil para armas nucleares e mísseis balísticos de médio alcance. Além disso, os dois maiores Estados operários do século XX, da Rússia e da China também desenvolveram armas nucleares. Sob os auspícios do imperialismo, favorecidos pela guerra fria e a disputa entre si também Índia e Paquistão possuem armas atômicas.

4. O imperialismo esforça-se por enquadrar sob seu controle todos os países e para isto não se contém em praticar terrorismo imperial para assassinar cientistas, como mais uma vez fez no Irã ou preparar mais um banho de sangue na Síria ou no Irã pior do que o da Líbia. Da mesma forma como aconteceu na invasão do Iraque, as potências imperialistas utilizam-se do velho discurso de que o país representa um perigo mundial por estar produzindo armas atômicas.

5. Isso explica o fato de que em dois anos, cinco cientistas iranianos ligado a produção nuclear terem sidos assassinados claramente por agentes do imperialismo, numa tentativa clara de abortar o programa nuclear do país, como única forma de defesa militar, frente as cerca de 300 bombas atômicas de Israel à serviço dos EUA com a finalidade de manter o completo domínio da região, além do avião espião não tripulado que recentemente caiu no solo iraniano, significando uma provocação ao regime nacionalista de Ahmadnejad.

6. Seja como for, tudo está se caminhando para um aprofundamento da empreitada militar colonizadora do imperialismo no Oriente Médio bem expressa na tal "Primavera Árabe", significando uma transição de regimes de caráter nacionalistas, com alguma fricção com relação ao imperialismo, por regimes completamente servis aos seus interesses.

7. Neste caso, a cartada do imperialismo é impor a completa destruição do regime nacionalista burguês de Alhmadinejad, que mantém uma relativa independência política do país, fato conseguido desde a revolução de 79, que derrubou o governo pró-imperialista do Xá.

8. Mais provável do que uma invasão militar direta como no Iraque e Afeganistão, pelo menos a primeiro momento deve ser uma aniquilação fulminante das principais cidades e defesas iranianas. Para o imperialismo e sobretudo para Israel, o ataque ao Irã precisará ser uma aniquilação "relâmpago", necessariamente ainda mais rápida que uma Blitzkrieg nazista para evitar a possibilidade de contra-ataque persa aos alvos invasores que estiverem ao alcance dos mísseis e aviões iranianos. É assim como o imperialismo estadunidense e o sionismo, negacionistas do holocausto armênio preparam um novo holocausto sobre Irã.

9. A CORRIDA PELO "OURO NEGRO" (BLACK GOLD RUSH) A terceira causa da guerra é a necessidade de re-colonizar por completo o Oriente Médio e a Ásia Central, exercendo o controle da região com maior potencial energético (e por isto também a mais disputada) do planeta. Auxiliados pela mídia mundial burguesa a seu serviço, EUA e UE arquitetam um profundo embargo ao petróleo iraniano, na esperança de que isto paralise o importante setor petrolífero do país e o obrigue a abrir mão do programa nuclear.

10. Os magnatas do capital pretendem estrangula o Irã através de um bloqueio a venda de petróleo do país no globo. O cerco se realiza pelo bloqueio econômico externo e pela desestabilização golpista interna por meios similares aos da Síria hoje e aos da Líbia ontem. Ou seja, através de manifestações mercenárias pró-imperialistas para eliminar de vez o regime nacionalista burguês, como já deram sinal nos levantes reacionários bancados pela CIA em 2009 no país.

11. Os países imperialistas vivem hoje uma grande crise energética. O consumo do petróleo no mundo cresce em um ritimo maior que o crescimento populacional no globo desde a década de 60. Juntos, os países imperialistas consomem quase 60% de toda a produção mundial de petróleo. Os EUA possui 6% da população do globo e em 2003 consumiu 25,1% de todo petróleo do mundo. Enquanto são os maiores consumidores e dependentes dessa matriz energética, os países imperialistas não possuem nem 6% das reservas petrolíferas conhecidas hoje. Isso significa que é questão de vida ou morte para o imperialismo, garantir efetivamente sua satisfação com relação à sua matriz energética, o que equivale a ter o controle direto das fontes petrolíferas dos países produtores. Para isto é preciso realizar guerras de rapina contra os países produtores para enquadrá-los aos preços, repartições de lucros e reservas energéticas controladas ao imperialismo que atendam os interesses destes últimos.

12. Derrubando o regime nacionalista de Ahmadinejad, o imperialismo norte americano além de ter o controle direto de um dos maiores produtores de petróleo mundial, tornaria refém a economia chinesa que embora seja dependente dos EUA hoje se candidata a substituí-lo. O Irã é o segundo maior fornecedor de petróleo para a China, que tem aumentado sua demanda energética nos últimos anos.

13. Por outro lado, para além das declarações formais e de uma pequena movimentação de tropas em oposição às ameaças imperialistas, a tendência histórica predominante na China e na Rússia é a de não comprometer-se em uma intervenção militar contra o imperialismo estadunidense e o sionismo. Não há neste momento qualquer tipo de demonstração real que altere esta tendência histórica. Além disto, é claro, da China possuir uma imensidão de reservas cambiais em dólares norte americanos que certamente evaporariam caso ocorresse um conflito desse tipo, fato que abalaria muito a economia chinesa.

14. FORA O IMPERIALISMO DO ORIENTE MÉDIO E ÁSIA CENTRAL! O imperialismo vem conseguido levar adiante sua empreitada sanguinária frente aos povos do mundo, fortalecido pela reação e contra revolução mundial aberta pela liquidação contra-revolucionária da URSS. Basta olharmos a atual ofensiva a nível mundial do imperialismo contra o proletariado em diversos países atualmente, tendo uma de suas expressões máximas na "Primavera Árabe", que apesar de possuir contradições progressivas, como no Egito, vem realizando uma “oxigenação” da dominação imperialista sobre o Oriente Médio.

15. Outro fenômeno da guerra de classes se expressa hoje na Europa, onde a burguesia com o auxilio da burocracia sindical criminosa, vêm conseguindo acabar com os direitos históricos do proletariado europeu apesar das diversas greves gerais ocorridas nestes países, onde, em todos os casos, a burocracia consegue contornar a situação mantendo intacta a dominação capitalista.

16. É urgente que o proletariado encabece uma frente única revolucionária dos povos oprimidos sem nutrir a menor confiança nas direções burguesas da Síria, Irã, Rússia ou burguesas-burocráticas como na China. A burguesia qualquer que seja ela é incapaz de realizar qualquer luta conseqüente contra o imperialismo e pela defesa da emancipação nacional. As burguesias nacionalistas sempre esforçam-se por ser sócios minoritários da exploração dos trabalhadores. São os trabalhadores que precisam reivindicar destes governos o armamento de todo o povo e, em meio a frente única militar, sem qualquer apoio político e inclusive com independência militar, precisam lutar pelo controle das forças produtivas e bélicas de seus países para realizar uma luta antiimperialista e anticapitalista até as ultimas conseqüências, ou seja, pela revolução social em cada um destes países.

17. O CLQI defende que o único programa político que pode oferecer neste momento uma estratégia progressiva contra a re-colonização mundial e contra o massacre nuclear da população iraniana é o programa da IV Internacional, reconstruindo o único organismo capaz de romper com o maior obstáculo histórico no caminho das massas trabalhadoras – que é sua crise de direção revolucionária – no sentido de sua emancipação é a serviço da reconstrução deste organismo que se coloca a CLQI!

Todo apoio a resistência síria e iraniana bem como em a todos os povos oprimidos do Oriente Médio!
Defendemos o direito do Irã, da Coréia do Norte ou de qualquer país semi-colonial para armar-se inclusive com armas nucleares, para deter a agressão imperialista. Somos a favor que os trabalhadores controlem essas armas e apoiamos o direito do proletariado para armar-se para derrotar a agressão imperialista!
Que o proletariado desarme o imperialismo e se arme para derrotá-lo!
Fora o imperialismo do Irã, Síria, Iraque, Afeganistão, Líbia e Haiti!